Contato Atendimento Ticket Edenred

Dicas para calcular e contabilizar a provisão de férias com eficiência

Compartilhe

gestor de rh olha calendário para fazer provisão de férias de funcionários

 

*Por Martha Marques

 

Planejar a provisão de férias é uma daquelas atividades em que o RH precisa dedicar total atenção. Isso porque, quando o cálculo não é feito corretamente, o impacto pode ser significativo, atrapalhando o fluxo de caixa e o planejamento financeiro da empresa.

 

Por mais que a gente saiba a importância de manter tudo em ordem, as dúvidas sobre o momento ideal de fazer essa provisão e como garantir que ela seja contabilizada do jeito certo sempre surgem. E isso faz parte, afinal, estamos falando de uma questão que afeta tanto a organização financeira quanto o bem-estar dos colaboradores.

 

Neste artigo, a ideia é descomplicar. Vamos entender como funciona a provisão de férias, quando e como ela deve ser feita, além de mostrar algumas ferramentas que podem facilitar esse processo no seu dia a dia. Afinal, quanto mais clareza e planejamento, menos dor de cabeça para todos os envolvidos, certo? Vamos lá!

 

Qual é a definição de provisão de férias?


A provisão de férias é a reserva financeira que as empresas fazem mensalmente para garantir que as férias dos colaboradores sejam pagas na data correta, sem apertos. 

 

A ideia aqui é simples: 

 

a empresa vai, mês a mês, reservando uma parte do valor que será pago futuramente, incluindo o 1/3 adicional que todo colaborador tem direito. Assim, quando chega a hora de liberar o descanso merecido, o dinheiro já está separado, sem sustos no caixa. 

 

É uma maneira inteligente de garantir que os compromissos financeiros com a equipe sejam cumpridos sem prejudicar o fluxo de caixa da empresa.

 

A provisão de férias é prevista pela CLT?


A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) não obriga as empresas a realizarem a provisão de férias. O que a CLT faz é garantir o direito de todo trabalhador de receber suas férias remuneradas, incluindo o 1/3 adicional sobre o salário. E para que a empresa consiga cumprir essa obrigação sem se enrolar financeiramente, a provisão se torna uma prática recomendada.

 

Veja os artigos que tratam diretamente das férias e seus direitos

 

Artigo 129 da CLT – “Todo empregado terá direito anualmente ao gozo de um período de férias, sem prejuízo da remuneração.”

Artigo 134 da CLT – “As férias serão concedidas por ato do empregador, em um só período, nos 12 meses subsequentes à data em que o empregado tiver adquirido o direito.”

Artigo 142 da CLT – “O empregado perceberá, durante as férias, a remuneração que lhe for devida na data da sua concessão, acrescida de, pelo menos, um terço.”

 

Esses artigos deixam claro o direito dos colaboradores a férias remuneradas e como esse cálculo deve ser feito. A provisão, portanto, é a melhor amiga da empresa quando o assunto é planejamento financeiro, alinhada com o que a CLT já define sobre o pagamento das férias. 

 

Diferença entre provisão de férias e pagamento de férias

 Mulher faz provisão de férias no departamento de RH da empresa

 

A provisão e o pagamento de férias são como duas etapas de um mesmo processo, mas que nem sempre ficam tão claras na cabeça de quem está lidando com a gestão financeira da empresa. Vamos descomplicar isso.

 

Provisão de férias é aquele planejamento que a empresa faz para garantir que, quando o colaborador tirar suas férias, o dinheiro já esteja reservado. Ou seja, é uma prática contábil que ajuda a diluir esse custo ao longo do ano, mês a mês. 

 

Já o pagamento de férias é quando o colaborador finalmente vai curtir o descanso e a empresa precisa pagar o valor correspondente, acrescido de 1/3 do salário. O pagamento deve ser feito até dois dias antes de o colaborador iniciar suas férias, conforme manda a CLT. Aqui, não tem segredo: é a hora de entregar o valor que foi provisionado ao longo do tempo, garantindo que o colaborador receba certinho o que tem direito.

 

Saiba mais! Nas férias se recebe o vale-refeição? Descubra como fica o benefício

 

Em resumo, 

 

a provisão de férias é a fase de preparação — a organização financeira para que não haja impacto no fluxo de caixa da empresa — e o pagamento de férias é quando esse valor provisionado finalmente vai parar na conta do colaborador. 

 

Quando a provisão de férias deve ser feita?


Para distribui o custo das férias de forma suave, é importante que o provisionamento comece assim que o funcionário completar um mês de trabalho. Isso evita que seja necessário deixar tudo para a última hora ou correr o risco de ter um gasto grande de uma vez só, caso vários colaboradores saiam de férias ao mesmo tempo. Isso também facilita o planejamento financeiro e evita sustos no caixa — porque ninguém quer ter que lidar com um rombo inesperado!

 

Resumindo, a melhor forma de evitar imprevistos é se antecipar — e a provisão de férias, quando feita regularmente, é a chave para garantir que esse processo seja tranquilo tanto para a empresa quanto para os colaboradores.

 

Como realizar o cálculo da provisão de férias?


O primeiro passo para fazer o cálculo é levantar o salário bruto do colaborador. Suponhamos que ele ganhe R$ 3 mil por mês. A cada mês trabalhado, ele “acumula” 1/12 do direito às férias, ou seja, 1/12 desse salário. Para simplificar, você divide o salário por 12 e vai provisionando esse valor. Nesse caso, R$ 3 mil dividido por 12 é igual a R$ 250, que será o valor provisionado todo mês.

 

Mas, como a gente não pode esquecer do terço constitucional, é preciso calcular 1/3 sobre esse valor. O cálculo é simples: 1/3 de R$ 250 (que seria R$ 83,33) é o valor adicional que você deve provisionar mensalmente para cobrir o pagamento integral das férias. No total, a provisão mensal nesse exemplo seria de R$ 250 (salário base) + R$ 83,33 (1/3 constitucional), totalizando R$ 333,33 por mês.

 

E pronto, com esse valor sendo guardado todos os meses, no final de 12 meses, você terá reservado o valor necessário para pagar as férias do colaborador sem sustos.

 

Agora, vale lembrar: se o colaborador tiver outros adicionais, como horas extras, comissões ou outros benefícios que influenciem no salário, esses valores também devem ser incluídos no cálculo. A regra é sempre considerar a remuneração total. 

 

Diferentes formas de contabilizar férias

Cofre de porquinho vermelho e moedas à frente repousam sobre um gráfico impresso, simbolizando a provisão de férias

 

Quando falamos em contabilização de férias, a empresa pode adotar algumas abordagens dependendo do seu tamanho e da complexidade da gestão financeira. As duas principais formas de lidar com isso são o regime de caixa e o regime de competência, e entender a diferença entre esses métodos ajuda a ter uma gestão eficiente.

 

No regime de caixa, as despesas são registradas quando o pagamento é efetivamente realizado. Ou seja, a contabilização só ocorre quando o colaborador recebe o valor das férias. Esse método é mais simples, porém, pode causar um impacto repentino no caixa da empresa quando vários colaboradores tiram férias ao mesmo tempo, já que o pagamento é feito de uma vez só, sem nenhum planejamento prévio.

 

Por outro lado, temos o regime de competência, que é o mais utilizado e sobre o qual temos falado até aqui. Nesse modelo, a provisão é registrada ao longo do período em que o colaborador vai acumulando o direito às férias. 

 

A escolha entre um regime e outro vai depender da realidade de cada empresa, mas o regime de competência geralmente oferece mais segurança financeira, especialmente para organizações com um número maior de colaboradores. 

 

Provisão de férias em regimes de contratação diferentes


Quando a gente fala de provisão de férias, vale lembrar que o regime de contratação faz toda a diferença no cálculo e na forma de administrar esse processo. A principal distinção ocorre entre colaboradores contratados pelo regime CLT e aqueles que atuam como Pessoa Jurídica (PJ). Vamos entender como cada caso funciona?

 

No regime CLT, a coisa é bem clara: o trabalhador tem direito a 30 dias de férias a cada 12 meses trabalhados, além do adicional de 1/3 sobre o salário. 

 

Já no caso dos colaboradores contratados como PJ, o cenário muda completamente. Pela legislação, o prestador de serviços que atua como PJ não tem direito a férias, já que ele não possui vínculo empregatício formal. Isso significa que, nesse regime, não há necessidade de provisionar férias. 

 

Porém, muitas empresas, em acordos informais ou de maneira estratégica, acabam concedendo períodos de descanso remunerado para esses profissionais, especialmente quando eles prestam serviços recorrentes e de longo prazo. Nesses casos, a empresa pode definir uma reserva para cobrir esse período, mas isso não segue uma obrigatoriedade legal como no regime CLT.

 

Ferramentas digitais que facilitam a provisão de férias

Mulher digitando no notebook com itens tecnológicos ilustrados sobre sua mão, remetendo a ferramentas que ajudam na provisão de férias

 

Uma das principais ferramentas que o RH pode adotar são os softwares de gestão de folha de pagamento. Sim, essas plataformas conseguem calcular automaticamente a provisão de férias mês a mês, levando em conta salário, adicionais e até mesmo o terço constitucional. Elas também emitem relatórios detalhados, o que facilita na hora de tomar decisões e ajustar o planejamento financeiro da empresa.

 

Outra ferramenta indispensável são os ERPs (Enterprise Resource Planning), que integram várias áreas da empresa, incluindo o RH e a contabilidade. Um bom ERP permite que a provisão de férias seja acompanhada em tempo real e integrada aos outros processos financeiros da organização, evitando aquele típico “vai e vem” de informações entre setores. 

 

E se você quer dar um passo além, algumas soluções de automatização por robôs (RPA) podem ser configuradas para acompanhar automaticamente os cálculos de férias e enviar alertas quando alguma ação for necessária. Isso reduz a margem de erro humano e ainda garante que o provisionamento seja feito sem atrasos.

 

Essas ferramentas não só facilitam o dia a dia do RH, como também garantem mais precisão nos cálculos e segurança no controle financeiro. Afinal, quando a tecnologia trabalha a seu favor, sobra mais tempo para focar no que realmente importa: a gestão estratégica das pessoas.

 

Provisão de férias no balanço patrimonial


No balanço patrimonial, a provisão de férias entra como passivo circulante, que representa as obrigações de curto prazo da empresa, normalmente pagáveis dentro de 12 meses. É ali que ficam registrados os compromissos, como salários, tributos e, claro, as férias que serão pagas aos colaboradores.

 

Quando a provisão de férias é feita corretamente e registrada, a empresa tem uma visão clara de quanto precisará desembolsar para cumprir essa obrigação trabalhista. Isso facilita o controle do fluxo de caixa e ajuda a tomar decisões estratégicas com mais segurança, evitando imprevistos financeiros ou falta de liquidez.

 

Agora, se a provisão não for contabilizada corretamente, o balanço pode mostrar uma empresa com menos passivos do que realmente tem, criando uma falsa sensação de segurança. Quando chega o momento de pagar as férias, o impacto pode ser muito maior do que o previsto, afetando o caixa e comprometendo o planejamento financeiro.

 

Por isso, registrar a provisão de férias no balanço de forma precisa é fundamental para uma gestão financeira equilibrada. Isso mantém a empresa organizada para cumprir suas obrigações trabalhistas e, ao mesmo tempo, garante um fluxo de caixa saudável e transparente.

 

Impactos tributários da provisão de férias

 

A provisão de férias não impacta apenas o fluxo de caixa da empresa, ela também tem implicações diretas no cálculo dos tributos. Como a provisão é registrada como uma despesa, ela pode ser deduzida da base de cálculo de alguns impostos, como o IRPJ (Imposto de Renda da Pessoa Jurídica) e a CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido), dependendo do regime tributário adotado pela empresa.

 

Para quem está no regime de Lucro Real, a provisão de férias é uma despesa dedutível. Isso significa que, ao contabilizar a provisão no balanço, a empresa reduz o lucro tributável, impactando positivamente o montante de impostos a serem pagos. É um jeito de equilibrar o fluxo de caixa e, ao mesmo tempo, diminuir a carga tributária de forma legal e estratégica.

 

Por outro lado, se a empresa estiver no regime de Lucro Presumido, a provisão de férias não tem o mesmo efeito tributário. Nesse caso, as deduções são limitadas, e a provisão não reduz a base de cálculo dos tributos de maneira tão direta. Ainda assim, manter a provisão ajuda na organização financeira e no cumprimento das obrigações trabalhistas, mesmo que o impacto tributário seja menor.

 

Vale lembrar que, apesar dos eventuais benefícios tributários, a empresa precisa estar atenta ao cálculo correto e à documentação da provisão. Qualquer erro pode levantar questionamentos em uma fiscalização, e sabemos que não dá para correr esse tipo de risco. Por isso, contar com uma boa assessoria contábil e ferramentas que automatizem o processo ajuda a garantir que tudo esteja nos conformes, tanto na contabilidade quanto nos tributos.

 

Erros comuns ao calcular provisão de férias

Mulher visualiza tela de tablet e faz expressão de erro ao fazer a provisão de férias

 

Um cálculo de provisão de férias incorreto pode causar uma série de problemas financeiros e trabalhistas. Veja os erros mais comuns e como evitá-los:

 

Não incluir o terço constitucional no cálculo

Esse é um erro básico, mas acontece. A empresa esquece de calcular o adicional de 1/3 sobre o valor das férias, o que pode deixar o provisionamento incompleto e, no momento de pagar, causar um impacto financeiro maior que o previsto.

 

Ignorar adicionais variáveis, como horas extras e comissões

Muitas vezes, ao calcular a provisão, as empresas consideram apenas o salário fixo do colaborador, esquecendo que adicionais como horas extras, comissões e bônus também devem ser provisionados. Isso resulta em um valor abaixo do necessário.

 

Não fazer o provisionamento mês a mês

Algumas empresas optam por provisionar as férias só quando o colaborador já está prestes a tirá-las, o que acaba comprometendo o fluxo de caixa e aumentando o risco de erros.

 

Desconsiderar encargos sociais e tributários

Outro erro frequente é não calcular a provisão levando em conta os encargos sociais, como INSS e FGTS, que também incidem sobre o valor das férias. Isso faz com que o valor final a ser pago seja maior do que o provisionado.

 

Utilizar uma base de cálculo incorreta

A base de cálculo para a provisão de férias deve ser o salário bruto do colaborador, mas às vezes o erro ocorre ao usar o salário líquido ou deixar de atualizar valores de reajuste salarial. Isso gera um provisionamento incorreto e pode prejudicar o orçamento.


Evitando esses erros e garantindo que todos os fatores sejam considerados, o cálculo da provisão de férias se torna mais preciso e o impacto financeiro, previsível. Manter uma atenção constante a esses detalhes faz toda a diferença na hora de organizar o caixa da empresa!

 

Conclusão

 

Ao longo do artigo, vimos que, quando bem planejada e feita de forma contínua, a provisão de férias evita aquela correria de última hora e protege o caixa da empresa de impactos inesperados.

 

Seja adotando o regime de competência ou usando as ferramentas digitais certas, o importante é não deixar esse planejamento de lado. Como já vimos, um cálculo errado ou uma provisão desleixada pode criar uma bola de neve difícil de controlar. 

 

A verdade é que, com um bom planejamento e as ferramentas certas, a provisão de férias vira rotina e não causa mais dores de cabeça. O segredo está em se antecipar! 

 

Gostou deste conteúdo? Clique aqui e comece hoje mesmo a simplificar sua rotina com as soluções da Ticket!

 

*Martha Marques é jornalista e criadora de conteúdo há 20 anos. Para a Ticket, escreve sobre benefícios corporativos e o complexo e apaixonante mundo das relações de trabalho.

Entre em contato para contratar os benefícios da Ticket®

Ou solicite uma proposta comercial e entraremos em contato com você.

Quer economizar com Ticket?

no-img
no-img

Acesse nossos Materiais Exclusivos

Desenvolvemos os melhores manuais, guias e conteúdos completos e gratuitos para apoiar você e sua empresa a fim de tornar seu dia-a-dia mais saudável e produtivo.
Acesse aqui

Quer receber nossos conteúdos em primeira mão?

Assine nossa newsletter e confira tudo o que você precisa saber para multiplicar os benefícios Ticket dos colaboradores da sua empresa.

no-img