Fazer o descarte correto do lixo é uma questão ambiental preocupante e urgente, devido às várias complicações que o descarte incorreto pode trazer ao meio ambiente e à saúde.
Este é um assunto complexo e que envolve diversos setores da sociedade, como o setor público, privado, cooperativas, catadores e cada consumidor. Também está diretamente relacionado à capacidade de reutilização adequada dos materiais.
Mas como fazer o descarte da maneira correta e contribuir para a preservação do meio ambiente? Neste artigo, vamos te mostrar qual a importância do processo correto e que medidas podem ser tomadas para evitar o descarte incorreto. Boa leitura!
Você já parou para pensar em como o descarte correto do lixo pode afetar o meio ambiente e, por consequência, as próximas gerações? Por isso, a importância deste tema só aumenta.
Descartar o lixo corretamente evita a contaminação de lençóis freáticos, do solo, fauna e flora e o acúmulo de insetos que transmitem doenças, ou seja, tudo o que pode causar danos à saúde da população em geral.
A contaminação dos lençóis freáticos, lagos, rios e corpos d’água em geral, o que pode prejudicar os peixes e toda a fauna aquática da região, tornando-os impróprios para consumo humano. E também acaba atingindo as plantas daquele ecossistema.
Se a contaminação atinge o solo, isso afeta a saúde do local, incluindo animais e plantas, além das áreas cultivadas, que acabarão sendo contaminadas e impróprias para consumo.
Se algum metal pesado do lixo descartado de forma incorreta for inalado ou consumido, os danos serão inúmeros, como paralisia, anemia, hipotensão, complicações neurológicas, renais e outras.
Mas para diminuirmos os estragos a curto, médio e longo prazo, é preciso educar a população sobre o descarte correto. Alguns produtos do nosso dia a dia, por exemplo, não podem ser jogados no lixo doméstico comum.
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Pilhas, baterias, lâmpadas e produtos que contenham metais pesados em sua composição não podem ser descartados junto com o lixo doméstico. E os aparelhos eletrônicos, como computadores, televisão e outros, devem ter destinação especial.
No Brasil, o descarte dos resíduos sólidos é gerenciado pela Política Nacional de Resíduos Sólidos, que orienta a conduta em relação às sobras geradas pelas atividades domésticas e comerciais.
Aqueles resíduos que forem destinados à coleta do serviço público serão separados e reaproveitados tanto quanto possível. Apenas o que não for reaproveitável é considerado rejeito e descartado.
Uma pesquisa envolvendo a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe) mostra que é possível reciclar 30% de todo o lixo produzido no Brasil, mas a taxa de reaproveitamento chega a apenas 3% do total.
Isso coloca em evidência que o Brasil perde dinheiro com o descarte incorreto, pois poderia investir mais na reciclagem de produtos com grande viabilidade econômica e estimular a economia deste setor.
Esse desperdício no âmbito ambiental e socioeconômico é preocupante, pois ajudaria muitas famílias como uma fonte de renda. Mas a falta de adequação às normas ainda segue sendo um problema.
O descarte consciente é aquele que leva em consideração o tipo de lixo formado e a forma como é jogado fora. Em um mundo onde o consumo tem aumentado e a tecnologia vem evoluindo, a geração de lixo vai se tornando cada dia maior.
A conscientização começa com a compra, pois os materiais que compramos e descartamos não desaparecem magicamente quando colocamos na lixeira. E o consumo desmedido pode contribuir para o aumento da poluição.
A educação ambiental é muito importante para conscientizar as pessoas sobre o descarte correto do lixo. Pois ainda falta muita informação neste sentido, muitas pessoas não sabem como descartar e acabam colocando tudo no lixo comum.
As iniciativas do governo também são fundamentais para o descarte consciente. Por exemplo, visando diminuir os resíduos eletrônicos, o Governo Federal criou em 2020, o Sistema de Logística Reversa, com pontos de coleta em 11 capitais.
Atualmente, existem mais de 3,4 mil pontos de coleta presentes em mais de 1,2 mil cidades ao redor do Brasil para coletar esse tipo de resíduo. Para isso, o Ministério do Meio Ambiente sensibilizou diversos municípios e órgãos ambientais.
A meta é alcançar cinco mil pontos até 2025 e ampliar os espaços para descarte e destinação correta dos lixos eletrônicos.
Em 2022, o Governo Federal, por meio do Decreto 10.936, regulamentou a Política Nacional de Resíduos Sólidos, instituindo o Programa de Logística Reversa.
Esse programa tem como propósito integrar os sistemas de logística reversa no país para otimizar os resultados, melhorar a comunicação com o cidadão sobre os pontos de coleta e rastrear o descarte correto por meio da integração ao Sinir+ (Sistema Nacional de Informações sobre a Gestão de Resíduos Sólidos).
As marcas também podem ajudar neste sentido, incentivando o descarte correto do lixo a partir da criação de pontos de coleta e divulgação em suas redes sociais e sites para ampliar o acesso à população.
Outra iniciativa que também deve vir por parte das empresas, é investir na criação de produtos recicláveis. Um exemplo é a Colgate-Palmolive, que foi a primeira empresa a desenvolver um tubo de creme dental reciclável.
Essa tecnologia também tem sido compartilhada com outras empresas, para reduzir o desperdício geral. Eles também fizeram uma parceria com a TerraCycle para coletar as embalagens, caixas e escovas de dentes e dar a destinação correta.
Eles também envolveram as comunidades e escolas para aumentar a participação e a conscientização, com o sorteio de prêmios.
Por último, embora não seja muito falado, o desperdício de alimentos no Brasil também é evidente. Estima-se que cerca de 27 milhões de toneladas de alimentos vão para o lixo todos os anos.
E 80% do desperdício ocorre no manuseio e transporte nas centrais de abastecimento. Dessa forma, como os alimentos sofrem danos na sua aparência, acabam se tornando impróprios para comercialização.
Os alimentos caem na classificação de resíduos orgânicos e quando mal descartados, causam impacto ambiental negativo. Eles liberam metano para a atmosfera durante seu processo de decomposição.
Segundo a ONU, o metano é um dos cinco gases mais importantes para a poluição do ar. E tanto nos restaurantes como nas casas, milhares de restos orgânicos são descartados diariamente.
Por isso, aprender a fazer a separação do lixo orgânico é de extrema importância e investir na realização de compostagem de resíduos orgânicos, para evitar a formação dos gases do efeito estufa.
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Quando vamos lidar com o lixo na nossa casa, o primeiro impulso é colocar tudo na mesma sacola, plástico, papel, vidros e restos de comida. Mas essa não é a forma correta de fazer o descarte.
E o descarte correto do lixo é essencial para manter o meio ambiente limpo e saudável.
Como vimos, quando ele é descartado de forma errada, acaba causando contaminação do solo, poluição do ar e da água, além de atrair insetos e animais nocivos.
Para evitar esses problemas, é importante seguir algumas orientações sobre como descartar cada tipo de resíduo.
Os restos de comida devem ser colocados em um recipiente separado, como uma composteira ou lixeira comum, que deve ser esvaziada regularmente para evitar mau cheiro e atração de pragas.
Se quiser dar uma finalidade a esses restos, saiba que eles podem ser transformados em adubo orgânico para plantas e hortas.
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Em relação aos demais resíduos que também são gerados em casa, todos devem ser separados de acordo com o seu grupo e destinados aos pontos de coleta seletiva da sua cidade. Entre eles, podemos citar:
Os vidros precisam de um cuidado a mais, eles não podem ser jogados em sacolas plásticas, pois podem machucar a pessoa que irá coletar o lixo.
Você deverá embrulhar o vidro em jornais e colocá-lo em caixas de leite ou papelão e, só então, colocar em uma sacola separada para que ele não machuque ninguém e seja recolhido pela coleta seletiva.
Algumas cidades também possuem locais de descarte, pontos específicos onde você poderá levar. E também existem empresas especializadas em coleta de sobras de vidro.
Alguns resíduos são perigosos e possuem pontos de coleta ecológicos para o descarte, por exemplo, as pilhas e baterias. Elas não devem ser jogadas no lixo doméstico, pois podem ser uma ameaça ao meio ambiente.
As pilhas alcalinas são as únicas que podem ser descartadas no lixo comum. Os demais devem ser separados em casas e levados nos pontos de descarte, como farmácias, supermercados e outros estabelecimentos que tenham caixas coletoras.
Se você estiver em uma cidade grande, as secretarias de Meio Ambiente disponibilizam pontos em praças e parques. Algumas assistências técnicas também costumam recolher e levar para o descarte correto.
Embora seja uma iniciativa recente, algumas marcas de pilhas possuem o processo de logística reversa e os usuários podem devolver à empresa para reciclagem ou descarte.
Os resíduos eletrônicos, por sua vez, como celulares e aparelhos eletrônicos no geral, devem ter um descarte especial para que possam ser reutilizados e jamais podem ser jogados no lixo comum.
Atualmente, esse é um dos resíduos mais gerados ao redor do globo e, segundo a ONU, de acordo com o Global E-waste Monitor 2020, em 2019, foram gerados 53,6 milhões de toneladas métricas de lixo eletrônico.
Este valor representou um aumento de 21% em cinco anos e espera-se que para 2030, esse número chegue a 74 Mt, o que representaria o dobro em 16 anos. Em contrapartida, apenas 17,4% do lixo eletrônico foi coletado e reciclado em 2019.
Antes de descartar o lixo eletrônico, é importante você saber a qual categoria ele pertence, uma vez que são divididos em quatro:
Para eles, é importante ver as instruções de descarte do próprio fabricante antes de levar em algum ponto. Algumas marcas possuem os serviços de logística reversa e pontos de coleta espalhados pela cidade.
Por fim, temos os resíduos orgânicos, oriundos de restos de frutas, vegetais, leguminosas e folhas, que podem ser aproveitados para compostagem ou transformação em adubo orgânico.
De maneira geral, o descarte correto do lixo doméstico envolve:
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A solução para o descarte correto do lixo começa na separação adequada dos resíduos, levando em conta os “3Rs da sustentabilidade” – redução, reutilização e reciclagem.
A reciclagem, por exemplo, ajuda a retirar de circulação diversos materiais que levariam anos para se decompor e que podem ser reaproveitados.
Mas isso começa com o acondicionamento feito de forma adequada, a separação correta do que é tóxico e deve ir para pontos de coleta, o que é lixo comum, reciclável e reutilizável.
Os orgânicos devem ser reutilizados em casa, quando é possível, por meio da compostagem ou encaminhados para aterros em sacolas biodegradáveis.
Os resíduos recicláveis que não apresentam perigo devem ser higienizados, embalados e destinados para os catadores ou as cooperativas. Os perigosos devem ter uma atenção especial e ir para os pontos ecológicos.
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É importante que a população também se envolva para entender como é feito o descarte correto do lixo de acordo com a classificação, pesquisando também os pontos de descarte correto e as melhores formas de fazer uma separação adequada.
Outro ponto importante é o investimento do governo em coleta seletiva eficiente nos municípios, para incentivar a reciclagem e fortalecer essa economia colaborativa, que serve de receita para muitas famílias de baixa renda.
Entre as medidas para melhorar o cenário do descarte incorreto de lixo que vemos hoje, podemos citar algumas iniciativas necessários:
Como vimos, o descarte correto do lixo é de extrema importância, uma vez que o consumo tem aumentado e com isso, a geração de resíduos de todos os tipos.
O descarte incorreto gera inúmeros prejuízos para a natureza, atingindo a fauna, flora e os humanos, causando intoxicação, doenças irreversíveis, alagamentos, obstrução de vias públicas, transtornos à saúde pública, prejuízo ao turismo e lixões sem supervisão.
Por isso, a expansão demográfica e os hábitos de consumismo das pessoas poderão levar a um comprometimento e esgotamento dos recursos naturais. Dessa forma, este não é um desafio isolado, que compete ao governo, mas a todos.
É preciso estudar medidas que ajudem a conscientizar a população sobre a importância de adotar novos hábitos, para que possamos criar condições favoráveis e viáveis para a coletividade no futuro.
E nas empresas, principalmente as privadas, a tecnologia tem sido usada a favor do meio ambiente, como os sistemas integrados que permitem a redução do uso do papel.
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